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Vozes pela Terra: o alerta contra a mineração em áreas indígenas

  • Márcia Detoni
  • 14 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de mar. de 2022

A questão ambiental está no centro do debate político e econômico brasileiro. O jogo é duro. A Câmara escancarou suas más intenções ao aprovar, na quarta-feira (9/03/22), o regime de urgência para votação do projeto de lei que libera a mineração em terras indígenas. O PL 191 tramita no Congresso há dois anos. Mas o governo e o centrão encontraram a desculpa que faltava: a guerra na Ucrânia. Haveria a necessidade de o país extrair potássio de terras indígenas para produzir fertilizantes. Só tolos acreditam.


O chamado “pacote da destruição” libera também o garimpo predatório, a construção de hidrelétricas, estradas e ferrovias e o plantio de espécies transgênicas. Teve 279 votos a favor e 3 abstenções; 180 contra. A intenção é passar a boiada antes das eleições.


Entre os grandes podcasts, o que mais tem explicado os danos da exploração de áreas indígenas é “O Assunto”, de Renata Lo Prete (G1) - o único a abordar o tema na semana passada. Os podcasts informativos falharam ao ignorar as manobras na Câmara e o clamor do Ato pela Terra, organizado por artistas em Brasília.


A mídia mostra-se fundamental na defesa do meio ambiente, alertando o cidadão para o projeto destrutivo e ganancioso do governo Bolsonaro. O jornalismo tem produzido reportagens bem fundamentadas. A pauta inclui especialistas, ambientalistas, indígenas, extrativistas e lideranças empresariais e do agronegócio (também contrárias ao PL 191). A defesa ambiental- é importante apontar - não é de direita nem de esquerda, é uma questão civilizacional.


Na podosfera, começamos o ano desfalcados. Os podcasts ambientais de maior destaque gravam por temporada e até agora não voltaram. O “As Árvore Somos Nozes”, do Greenpeace, apresentado por Rafael Silva e Camila Doretto, retorna com entrevistas quinzenais só no final do mês. Esta também é a previsão de retorno do “Vozes do Planeta”, de Paulina Chamorro.


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Um dos melhores do segmento, firme e forte no ar, é o “Copiô, parente!”, do Instituto Socioambiental (ISA), apresentado por Ester Cezar e Cristian Wariu. Com episódios curtos de 15 minutos, é o primeiro podcast produzido para os povos da floresta. Começou a ser distribuído por WhatsApp em 2017 para uma lista de 30 pessoas. Hoje o áudio segue para mais de quatro mil contatos – a maioria indígenas, quilombolas e extrativistas, que retransmitem para amigos e conhecidos. O nome do programa é uma convenção da comunicação dos indígenas por rádio amador. A expressão “copiô, parente” é dita para indicar o final de uma fala. Equivale ao tradicional “câmbio” (terminei).


Através do WhatsApp o “Copiô, parente!” chega a lugares com fraca conexão. Mas também tem muitos fãs nas cidades. O programa semanal, disponível nos principais agregadores, vai além da entrevista. Usa clipes de informação extraídos do rádio e da TV ou gravados pela reportagem e busca uma sonorização envolvente. O episódio Ato pela Terra traz as vozes da manifestação em Brasília e uma excelente entrevista com o fundador do ISA, o filósofo e ex-presidente da Funai Márcio Santille, também ouvido pelo “O Assunto”.






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